Este fim de semana fui visitar Atenas! Meteora começa a parecer-se com um sonho distante que não devo poder realizar por isso fui visitar a capital. Tinha de o fazer antes de ir embora! Que experiência que foi!
Se eu já achava o trânsito caótico aqui por Kiato e Xylokastro em Atenas passei-me!
Ao saír do Metro em Monastirakis estava numa rua só de casas de ferramentas. A tentação foi grande mas aguentei-me. Percebi que não estava onde era suposto mas em vez de perguntar comecei a vaguear pelas ruas até que dei com uma casa brutal!!! À porta tinham a maior quantidade de tralha indiferenciada que alguma vez vi, esqueçam lojas de usados, lojas de chineses, esqueçam tudo que viram até agora. Não sei descrever a casa, não havia expositores, o amontoado de tralha fazia de expositor! Tenho pelo menos 15 fotografias de lá por isso criei um slideshow para quem quiser ver, vale mesmo a pena, eu já achava que a viagem tinha sido ganha com aquela loja. Trabalhavam lá 4 ou 5 empregados brutos com as pessoas que faziam os preços consoante o produto e aspecto da pessoa e se o cliente queria mesmo o produto, percebi isso quando perguntei o preço de uma flauta e ele olhou para mim, hesitou e disparou 15 euros. A flauta ficou lá mas eu adorei aquele espaço, só me apetecia comprar porcarias, faz falta uma daquelas aos cenógrafos de Portugal!
Saí da loja e continuei a vaguear pelo caos e pelo cheiro intenso a poluíção.
ACROPOLIS. Dei com a entrada. 12 euros. É caro mas tanto vi isto nos meus livros e sempre tive curiosidade, eu sei lá quando é que cá volto, ok eu vou visitar.
Saí da Acrópole e continuei a vaguear pelas ruas.
Tinha combinado encontrar-me com um músico de didgeridoo que conheci em procuras na net que me tinha dito que podia ficar em casa dele, mas por esta altura já estava a considerar ir-me embora. Já só via gente a tentar vender-me coisas na rua, apetecia-me sentar num café e comer algo típico mas não tinha dinheiro para isso.
Estava nisto quando vi uma loja de souvenirs e instrumentos musicais. Entrei para ver os Bouzoukis e os Baglamas (alguns mais mal acabadinhos que o meu!!!). Lá veio o dono da loja todo simpático tentar vender-me alguma coisa.
- Eu agradeci imenso a ajuda dele e disse que não tinha dinheiro mas que gostava de ver os instrumentos por curiosidade.
- Por ser assim tão honesto, este Baglamas que custa 110 euros fica-lhe por 70 euros.
- Muito obrigado ainda assim mas nem sequer toco, é só por curiosidade!
- Se se interessa por instrumentos há um museu de etno-musicologia duas ruas abaixo.
PLIM! Eu tinha acabado o sinal que me dizia o que fazer na hesitação fico ou vou!
Como o senhor me tinha dado algo muito bom quis mostrar-lhe o didgeridoo, que ele conhecia porque tinha estado na Austrália e a empregada que era da Roménia falou-me de um parecido tradicional que eles também usam!
Saí da loja com um sorriso na cara e segui viagem.
Fui ver os horários do museu para confirmar se estaria aberto no dia seguinte.
E continuei a vaguear.
A loja tinha imensa pinta, uma confusão bestial de estilos mas ao menos dava para arejar do resto que havia nas ruas: souvenirs, souvenirs e souvenirs. O empregado esteve a mostrar-me o que tinham e a fazer imensas perguntas e dar imensos esclarecimentos sobre a loja que já existe há 30 anos, têm uma mesa so para fotografias (MUITAS!) de pessoas que lá estiveram: Nick Cave, Scorpions, Eva Herzigova, etc etc etc. Também mostrei o didgeridoo nesta. O dono da loja quis que eu tirasse lá uma fotografia com o didgeridoo e lá entrei eu para o catálogo de visitantes famosos ou artistas da Remember Athens.E continuei a vaguear...
Tinha a missão de procurar flautas aqui pela Grécia e lá dei com duas lojas que vendiam instrumentos comum mínimo de qualidade. Estive a testar umas flautas que não conhecia e disse que talvez passasse no dia seguinte a comprar uma.
Depois lá dei com a Monastiraki que eu procurava mas as casas já estavam todas a fechar.
Liguei para o Joseph a perguntar se sempre podia lá ficar e se me podia vir buscar.
Lá fomos até casa dele, logo à saída de Atenas, longe dali que a cidade é grande, mesmo grande!
O dia já tinha sido grande mas ainda houve espaço para estar a falar sobre didgeridoo de forma intensiva, a tentar que ele me compreendesse que o inglês dele não era o melhor. Achei especial graça a uma coisa que ele disse que os gregos de hoje em dia não são os mesmos da Grécia Antiga, que aquilo foi outra civilização diferentes, it was a UFO you know! Compreendo bem o que ele sente.
Fomos até casa dele buscar a namorada e sair com uns amigos dele. E finalmente tive a minha lição de grego realmente importante. Aquilo que eu gosto de aprender em cada língua e que faço questão de ensinar aos entrangeiros em português - os belos dos palavrões. E aprendi gestos e tudo!
Ainda deu para ouvir esta pérola: ao falar do SVE a uma rapariga...
ela: ai que interessante e que sorte!
eu: também podes fazer.
ela: não que o meu namorado não me deixa.
eu: olha, a minha deixou!
Não consegui arranjar resposta melhor para tal barbaridade!
Chegámos a casa e ainda estive a dar-lhe um workshop e por volta das 3h30 pedi misericórdia que precisava de dormir!
Que dia...
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