quinta-feira, 7 de outubro de 2010

dia 2 - 7 de Outubro - expectativas...

Hoje acordei cedo porque me tinha sido dito que a minha mentora (uma pessoa desginada pela associação que recebe o voluntário para lhe mostrar a zona e o acompanhar, ser como um amigo "à força") vinha por volta das 8h. Fui tomar um café ao centro da aldeia e lá consegui alguém que entendesse um pouco de inglês, lá fui comprar pão (pssómi - pão em grego segundo fonética portuguesa segundo Rodrigo Viterbo) e depois voltei ao café. Tiraram-me um café incrivelmente doce que não consegui acabar, eu bebo sempre café sem açúcar.

Voltei a casa e acabei por aterrar no sofá à espera da mentora das 8h que apareceu às 12h.

Chama-se Ageliki e já foi voluntária em Portugal, então está toda contente por ter com quem praticar o português. Mostrou-me a oficina onde vamos trabalhar, escusado será dizer que me apeteceu começar logo a trabalhar, especialmente quando vi a serra de fita que por acaso está mesmo atrás do meu quarto - é só a ferramenta que eu mais quero ter quando tiver a minha oficina para os didgeridoos.

Esteve a contar a história do Baglamas, o instrumento que vamos fazer. O nome Baglamas é turco, o instrumento é grego e tinha dois nomes que não fixei. era tocado em toda a grécia, mas quando a Turquia invadiu o país e começaram a utiliza-lo os gregos largaram o instrumento, depois de invasões para um lado e para o outro lá voltaram, o Baglamas e o Bouzouqui (da mesma família) para a Grécia. Durante uma altura eram instrumentos de presos e bandidos e eram proíbidos. Pelos vistos o Jimi Hendrix era admirar de um músico muito bom no Bouzouqui.
Aprendi também que gregos é o nome dado pelos turcos aos naturais deste país e que significa ladrões: o povo rouba o governo e o governo rouba o povo. Continuo a dizer que somos muito parecidos!

Fomos ao Lidl em Kyato, a cidade mais próxima, 4 Km. Tem um mar com uma cor única. Demos por lá uma volta, fiquei a saber que as lojas fecham à segunda e quarta à tarde e vi onde são os autocarros e fiquei a saber que quando se entra num café, como eu fiz de manhã, e se pede um pão com queijo (aquilo a que chamamos uma SANDES DE QUEIJO) somos vistos como malucos porque pão e queijo toda a gente tem em casa e não se vai comer para o café. Tem alguma lógica. E explica as caras da malta quando pedi alguma coisa para comer no café...


De regresso a Vasiliko fomos dar uma volta pela aldeia e até ao auditório! Não sabia que havia um aqui tão perto, ao que parece esta vilinha era muito importante na antiguidade. Visitar e entrar num anfiteatro destes é uma experiência impressionante!!!
Depois de estar num espaço destes já não vou querer ir ao teatro dentro de um edifício!!! Que sensação! O sítio onde estou sentado a tirar esta foto ainda não é o cimo da plateia e a imagem já é impressionante! Adorova tocar num sítio destes, a acústica é incrível...
Como tinha aprendido que ENA CAFE SQUIETO (segundo a excelentíssima fonética segundo Rodrigo Viterbo) queria dizer café sem açúcar resolvi ir ao segundo café da aldeia ver como estava o meu grego. Entro, digo Ya (olá) ao homem, ele respondeu-me alguma coisa que não percebi  e mandei-lhe com o meu ena cafe squieto a ver o que dava. O gajo respondeu-me logo com outra pergunta que não percebi! Lá lhe disse em inglês coffee without sugar. Acho que há vários tipos de café: o grego, o turco, com açúcar, com muito açúcar, sem açúcar, enfim. Lá nos entendemos e ele trouxe-me um café sem açúcar. Cobrou-se de 1 euro quando no outro café me tinham cobrado um café e uma garrafa de água (tinha pedido um copo de água, ehehehe) por um euro, algo me diz que este tasqueiro viu em mim um turista cheio de dinheiro, mas pronto tão cedo não me volta a ver....

Ainda assisti a uma escaramuça entre dois matulões aqui na aldeia mas não me fui meter porque só sei dizer ena cafe squieto e, pelos vistos, mal! Sente-se uma tristeza ou uma frustração nas pessoas, talvez pela crise que se conhece, não sei.

Não sei se há mais gente com este meu interesse em ver diferentes nomes para os nossos gelados Olá noutros países mas aqui chamam-se Algida, ehehe
Uma vez vi um livro de fotos de gatos nas ilhas gregas e as imagens eram brutais. Aqui em casa há uns gatitos meios desconfiados mas sempre à espera de comida, são uma companhia simpática:

Umas maravilhas sobre as estradas gregas:
- as passadeiras são apenas traço pintados no chão, não servem para mais nada
- as estradas têm só a nossa faixa de rodagem e o nosso limite de velocidade a menos que apareça mais alguém entretanto e aí logo se resolve

Estão para chegar mais voluntários, começo amanhã o meu trabalho (seria às 8h mas passou para entre as 9h e as 9h30, ehehe) e as expectativas são altas para este meu projecto.

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