segunda-feira, 25 de outubro de 2010

dia 19 - 24 de Outubro - Atenas !!! parte 2

De manhã acordei, tirei uma foto com o Joseph e ele foi levar-me a Atenas.

Mal entrei na estação de metro vi um didgeridoo gigante pendurado no tecto! E dizem eles que não há didgeridoo por aqui....
Lá fui para Monastiraki outra vez com o objectivo de ir comprar a flauta e depois ver o Museu de Instrumentos Populares Gregos.


O museu era brutal e GRATUITO! Já me sentia outra vez em paz com a Grécia, ihihih. A exposição estava dividida em membrafones, cordofones, idiofones e "soprofones", desculpem não resisti a esta piadinha....
Que coleção brutal de instrumentos, fotografias e áudios que eles tinham. Depois vim a saber que aquilo tinha tido sido recolhido ao longo de 50 anos pelo senhor Fivos Anoyanakis, um musicologista grego nascido em 1915. Fiquei-lhe tão grato por ver aquela coleção que tive de lhe prestar aqui homenagem! Nestas alturas imagino a mulher do senhor: Oh Fivos para que compraste tu mais uma viola homem? Tu nem sequer sabes tocar!!!
Lá estavam os Baglamas feitos com carapaça de tartaruga, com cabaças, as primeiras guitarras na Grécia depois da segunda grande guerra (ou terá sido depois da primeira? tenho de ir confirmar), as liras, os kemenches, os bandolins, os tambores, os sinos das cabras, uma quantidade enorme de flautas de osso, de madeira e de metal, gaitas de foles... estava a chegar às zournas e às gaitas de foles quando me vieram dizer que iam fechar!! Nem me tinha dado conta pela passagem do tempo, tirei fotografias daquilo que não ia poder ver em pormenor e saí.
Será que nos 50 anos que o senhor Fivos andou a coleccionar instrumentos, tirar fotografias e gravar recolhas algumas vez imaginou que fosse inspirar um puto de Portugal em 2010 para construir melhor didgeridoos? De qualquer forma é importante agradecer a quem faz estas recolhas porque elas são sempre úteis no futuro. O museu fica numa casa lindíssima e está tudo em grego e inglês. No flyer fiquei a saber que aquilo é só parte da coleção do senhor e que ele doou também uma biblioteca sobre o assunto ao museu.
Entretanto ainda fui até à loja do museu babar-me com os instrumentos para venda, os livros e os CDs e ainda mostrei o didgeridoo a quem lá estava.

À saída, as mascotes do museu estavam entretidíssimas enquanto uma família observava...












Saí do museu e perdi-me de novo nas ruas pequeninas dali da zona. Sempre com a Acrópole em vista mais acima e os restaurantezinhos com turistas a pesticar (e eu a espreitar e cheirar-lhes os pratos, ehehe). À porta de mais um espaço arqueológico olhei melhor para o meu bilhete e percebi que dava para ver mais zonas, esta era uma delas.







ÁGORA

Mais uma vez passeava no meio de uma quantidade impressionante de pedras trabalhadas com uma mestria excepcional, muitas destas pedras estão espalhadas pelo chão à espera que alguém saiba como fazer o puzzle de novo. Imensos pássaros, gatos e cães vivem pelo meio da história em calhaus, as árvores e vegetação crescem no meio das pedras como se fossem penedos no meio do monte e de repente dou por mim a pensar que realmente existiu ali uma civilização mas que já foi, ficaram conceitos, muitos cacos mas agora aquilo volta à Natureza. Está no meio duma grande mas quem lá vive são os animas, o mármore dissolve-se com a chuva. Há um dos livros do Asterix que tem uma imagem que me fez lembrar estes monumentos.

Mas a verdade é que é espantoso andar pelo meio de tanta pedra finamente esculpida. Lá turistei por ali o mais que pude para aproveitar, as típicas fotografias para mostrar a quem não veio, nada de muito original. Depois senti uma vontade enorme de tocar didgeridoo naquele espaço e assim fiz.





Saí da Ágora e finalmente dei com o mercado de Monastirakis
A primeira sensação foi de profunda desilusão: africanos a vender carteiras, DVDs, óculos escuros e perfumes tudo igual e de contrafacção não era coisa para me fazer viajar quilómetros para ver... Mas resolvi acreditar que valia a pena andar mais um bocado e aí tive a minha recompensa. Velhotes com panos cheios de tralha ou mesas cheias de selos, notas e moedas já são mais o que eu gosto de ver. Andei por ali a namorar aquela tralha toda, estive quase para comprar um kemenche que custava 15 euros mas dois minutos depois já estava a 10 e ainda pensei perguntar se ele mo vendia por 5 mas resolvi não gastar mais dinheiro. A confusão era tremenda e deliciosa, dum lado esplanadas com gente muito fina e bom aspecto a beber os cafés frapés, muitos miudos a fazer de conta que tocavam pequenos Baglamas ou Concertinas a pedir dinheiro, muita gente ver se conseguia gamar, empregados de café com os tabuleiros no ar a cruzar uma multidão apertada para chegar aos cliente, alguns do outro lado da rua, motas a passar, pessoas a vender no chão, outras em mesas, carros a servir de expositor, carros avariados no meio duma rua atafulhada de gente com vendedores dos dois lados, pessoas a andar por cima dos tapetes para venda que estavam no chão, bonecas de porcelana partidas, móveis, ferramentas, fatos de treino, cuecas, tudo o que se possa imaginar num caos espectacular, muito lixo por todo lado, cães a ladrar às motas - valeu bem a pena vir!
Ainda assim não vi nada verdadeiramente original ou novo. 

Estava um bocado cansado por isso achei que já tinha tido uma boa dose de Atenas e estava na hora de voltar para casa. Ainda fui a Syntagma, a praça cujo nome quer dizer Constituição, onde está o Parlamento. Saí do metro para ir ver, tirei uma fotografia ao edifício mas não me deu vontade de andar por ali, meti-me no metro, comboio, taxi e cheguei a casa.

Que experiência!!!!

Tenho pena de não ir a Meteora mas tinha de visitar Atenas, não há dinheiro para fazer tudo, as coisas aqui são caríssimas, são escolhas que se fazem. E já muito contente estou com tudo o que tenho tido.

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