terça-feira, 19 de outubro de 2010

dia 14 - 19 de Outubro - trastos

Hoje foi mais uma dose de lixagem e preparação. Entretanto o Sr Kostas viu o meu Baglamas e disse que estava a ficar muito bom! Fiquei contente... Mais uma vez estávamos só 2 na oficina.
Os trastos são aquelas pecinhas de metal que estão inscrustadas no braços dos instrumentos de cordas que definem as notas - para quem não sabe - e são cortados à medida num arame perfilado. Uma madeirinha com vários furos numerados, corta-se os trastos 1mm maiores que a largura do braço na zona onde vão ser cravados. 
 Depois de cravados tem de limar até ficarem à face da madeira tendo o cuidado de não desbastar madeira do braço. Em seguida aperfeiçoa-se com uma lixa de água muito fina que só desbasta o metal e não a madeira.
Os trastos não ficaram perfeitos e começo a ter vontade de fazer outro Baglamas para corrigir o que já não ficou bem neste.

Entretanto uma das colagens da caixa de ressonância que já tinha aberto no início voltou a abrir e estive a betumar com cola branca e serrim, não é a minha maneira preferida de betumar mas foi a que me propuseram e eu tenho tentado ceder um pouco para não estar sempre a questionar os processos. Agora adoptei a estratégia de perguntar o que vai ser feito a seguir para compreender melhor o que está a ser feito no momento e assim não estar a trabalhar no escuro.
Amanhã, quando estiver seco, lixa-se e aperfeiçoa-se. Hoje soube que vamos pintar ou envernizar e lixar tudo 3 vezes. Isto veio confirmar que aquilo que eu faço nos didgeridoos não é redundante: lixar - envernizar - lixar - envernizar - lixar e envernizar. Assim consegue-se um bom acabamento.

A seguir ao almoço foi mais uma aula de culinária que vai ter um post dedicado.

Como está sol aproveitei para trazer o didgeridoo de papel cá para fora para secar que ontem estive a trabalhar nele antes de me deitar.
Está a ficar mesmo interessante. E novas ideias e formas de trabalhar estão a surgir. Esta técnica tem um potencial mesmo grande.

Para aproveitar o sol fui dar uma volta para outro lado que ainda não tinha ido.
Numa aldeia pequena já contei 1 igreja, 3 capelas e ainda a capela do cemitério. A professora de grego ensinou-nos a perguntar o caminho para a igreja para o caso de nos perdermos "como na Grécia há muitas igrejas já têm um ponto de referência".

Ainda não tinha percebido como se ia para uma destas capelinhas e hoje dei com a entrada, estava mesmo à face da rua mas colada a um jardim e por isso nem tinha reparado no que era.

Entra-se por esta portinha e há umas escadas que descem imediatamente por baixo do jardim de alguém, do outro lado do jardim (que acaba numa escarpa como imensos jardins daqui) é o caminho para a capelinha.

A curiosidade é imensa mas há duas coisas que tiram algum à vontade para explorar caminhos: ninguém aqui falar inglês nem eu falar grego e haver imensos cães de guarda. Quase cada casa tem um e, por norma, parecem bastante enervados, como quase nunca se vê gente na rua, prefiro não arriscar dar com um destes bichinhos....


 O resto do passeio foi entre escarpas, ciprestes, campos e muito lixo nas bordas das estradas e caminhos. Muitos barracões também. Gregos e portugueses são mesmo parecidos em vários aspectos. Temos uma paisagem lindíssima mas também temos imenso jeito para não lhe dar valor nenhum.

A vontade de explorar este país aumenta. Não sei porquê mas muitas vezes sinto-me em Itália aqui! Não estive assim tantas vezes em Itália para ter criado uma sensação destas. Não sei se vens dos filmes e imagens que se vê, se é de o grego ter algumas entoações parecidas com o italiano. Não sei sequer se faz alguma lógica mas acontece.

Visitar Meteora impõe-se antes de ir embora, vamos a ver o que diz o orçamento.

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