Eu por Vasiliko: dia 1 - 6 de Outubro

A viagem estava marcada para as 6h25 por isso o despertador tocou às 4h15 para tomar banho, enfiar o que faltava para a mala e ir para o aeroporto. tudo muito rápido e eficaz, sem assunto. As últimas viagens que fiz foram com a easyjet e já não sabia o que era um pequeno almoço a bordo de um avião!

Chegado ao aeroporto de Frankfurt lá me dirigi directamente para o terminal de onde ia sair como faço sempre - primeiro vejo onde tenho de estar à hora da partida, depois logo se vê se dou por lá uma volta ou não. mais uma vez a Lufthansa se diferenciou bem da Easyjet: máquina de chá, chocolate e café e jornais à disposição, sempre ajuda a passar o tempo. às 14h já estavamos a descolar para Atenas.

Mais uma refeição, neste caso quente, ainda perguntei se podia ter mais um pão (aquilo que faltava para compôr) mas a respota foi um não meio seco, bom, "comidinho" que estava, era hora de dormir um bocado. Acordei a contragosto, estava cheio de sono mas não conseguia dormir, eu estava sentado mesmo na última fila e àquela hora todos se lembraram de vir à casa de banho... Passámos por uma turbulência digna de desportos radicais, com direito a crianças a vomitar e tudo e aterrámos!

Atenas esperava por nós com uma chuva torrencial e trovoada a completar o quadro.

A última camioneta de Kifissos para Xylokastro era às 20h40, eram 17h45 quando aterrávamos, não dava para perder tempo com nada porque ainda tinha de apanhar o autocvarro do aeroporto para Kifissos, a estção de camionagem em Atenas. Correu tudo bem, veio a mala, apanhei o X93 e lá fui eu para Atenas.
Tinha ideia de uma Grécia bonita, solarenga (ok, eu sei que estamos em Outubro, mas mesmo assim...), toda a gente me falava das gregas (antes de vir embora toda a gente me dizia que as gregas isto e as gregas aquilo...).

Rapidamente reparei nalguns aspectos:
- a paisagem entre o aeroporto e Atenas é tudo menos bonita, parece um misto de Coimbra com Faro nas zonas periféricas, não sei explicar isto melhor
- reparei que o povo grego tem traços de fisionomia muito parecidos com os dos portugueses
- as caras são carcaterísticas, isto vai soar estranho mas são mesmo parecidos com aquelas imagens que vemos nos vasos e pinturas da Grécia antiga!!!
- reparei que têm as mãos pequenas
- o grego é uma língua que faz lembrar entoações espanholas, estou curioso para ver com que opinião fico de conhecer um pouco melhor
- achei estranho não haver quase movimento nenhum nas auto-estradas e circulares de Atenas às 19h mas talvez venha a perceber melhor isto, deve ter a ver com os horários de trabalho
- pelos vistos não deve ser obrigatório usar capacete para quem anda de scooter!
- apesar de terem um alfabeto próprio, que estou ansioso por conhecer melhor, há muita coisa que está escrita com os dois alfabetos, e ainda bem...
- os cruzamentos estão cheios de malta a vender flores, lanternas, comandos de televisão universais e bananas, pelo menos estes foram os items que eu vi

Cheguei a Kifissos e foi logo um rol de experiências...
- fui ao sítio onde reconheci a palavra TICKETS e pedi um Xylokastro, o tipo não me entendeu à primeira mas depois lá me disse que tinha de ir ao building, ao edifício principal, perguntei-lhe por onde se entrava mas ele só repetia que tinha de ir ao building e já estava a ficar mal-disposto, eu dei-khe um thank you com um sorriso e lá fui ao building
- no building ainda demorei a perceber onde eram os meus bilhetes porque eram várias companhias, nas informações estavam ao telefone, na maior parte dos guichets que encontrei com gente também se telefonava, até que consegui que me dissessem onde se comprava. Lá orientei o meu bilhete, com recibo e tudo!
- pelos vistos ainda se fuma em locais fechados e de atendimento ao público por aqui (e durante a viagem o motorista também fumou um cigarrinho...)

- ainda dava tempo para tomar um café e comer qualquer coisa (estava ansioso por conhecer a gastronomia grega...). Mais dificuldades com o inglês e lá me orientei. Vou pedir o café e perguntam-me frio ou quente? Não estava a contar com esta! Pedi quente sem perceber o que seria um café frio nem as perguntas que a senhora me fazia mas depois quis provar o café frio. É café en pó batido e com gelo, soube-me bem.
- fui para a estação, cheia de orientais a vender coisas com carrinhos de mão, volta e meia alguém me vinha perguntar alguma coisa e eu dizia que não podia ajudar, que não era dali, mas depois percebi que me estavam a tentar vender alguma coisa afinal.
- uma confusão bestial com os lugares e a caminho (com malta de pé ainda a tentar encontrar os lugares) depois ainda houve outra confusão que não percebi, o motorista parou o autocarro com os 4 piscas no meio da rua para vir mostrar a uma passageira como se tirava o apoio do braço, e siga viagem.

- de cada vez que se passa numa igreja ou alminha alguém se benze, nada de estranho apenas nunca vi jovens a fazê-lo em Portugal e a rapariga que ia ao meu lado na camioneta fê-lo e devia ter entre os 18 e os 20 anos, só uma observação
- operações stop em estradas nacionais também as temos mas tanto a polícia como os condutores estacionados em plena estrada sem coletes reflectores nem nada... a segunda operação foi porque a estrada estava interrompida por causa de umas inundações, voltámos para trás, contornámos o problema e continuámos viagem
- ainda vi o motorista a enrolar um cigarrinho, acendê-lo calmamente e fazer uma chamada ao telemóvel (enquanto conduzia, diga-se..) e entretanto adormeci, ainda bem que ele sabia onde eu tinha de sair e acordou-me

O presidente da Orfeas veio buscar e trouxe-me a casa, estou muito bem instalado, hoje ainda estou sozinho, o resto do grupo, franceses e turcos, chegam amanhã e depois.